Três grandes perigos do metaverso

Três grandes perigos do metaverso

17 de janeiro de 2022 Off Por MasterYa

Combinar o mundo real com ambientes virtuais pode representar riscos à privacidade e facilitar a disseminação de desinformação; saiba mais

O Metaverso promete uma nova realidade para a internet. Os mundos virtuais propostos pela Meta e outros gigantes da tecnologia usam recursos avançados como realidade virtual e aumentada para permitir que as pessoas interajam por meio de avatares 3D. No entanto, essa novidade pode ocultar uma série de malefícios aos usuários e à sociedade, como invasão de privacidade, disseminação de informações falsas e promoção do discurso de ódio.

Semelhante ao que Mark Zuckerberg sugeriu, outros possíveis efeitos negativos do metaverso incluem assédio, efeitos na autoestima dos participantes e o uso de golpes envolvendo criptomoedas.

 

1. Assédio

As experiências de realidade virtual relacionadas ao compromisso do Metaverse com o futuro ainda são limitadas, mas relatos de incidentes de assédio e agressão sexual se tornaram comuns. Assim como outros espaços conectados, como os canais de comunicação dos jogos online, essas experiências estimulam comportamentos agressivos naqueles que se sentem protegidos pelo anonimato e distância proporcionados pelos ambientes virtuais.

Um dos relatos mais importantes veio dos participantes do programa Horizon Worlds Beta, uma experiência de realidade virtual conectada da empresa responsável do Facebook, Meta. O usuário pode ser abusado por outro participante sem que os outros jogadores intervenham. O chefe da Meta disse que os participantes do projeto foram treinados e que havia algumas ferramentas de moderação disponíveis para quem se sentiu agredido.

 

2. Golpes envolvendo criptomoedas

Sem regulamentação adequada, os mundos virtuais podem servir como “terra de ninguém” para os criminosos explorarem. Os especialistas em segurança da Cisco identificaram golpes e ataques que podem ser realizados em ambientes virtuais para roubar grandes quantias de dinheiro, criptomoedas e dados pessoais dos usuários.

Um dos golpes encontrados nesses ambientes faz uso de contratos inteligentes, que são planilhas que utilizam tecnologia como blockchain para garantir que os contratados recebam itens após determinadas condições, como pagamento, serem atendidas. No entanto, os criminosos encontraram maneiras de aproveitar esses acordos para que as vítimas paguem em vez de receber um produto – geralmente um NFT.

Outros golpes comuns são a engenharia social projetada para induzir as vítimas a fornecer informações pessoais. Nesse modelo, marcas conhecidas também são usadas como isca para convencer os usuários a gastar dinheiro real em produtos e serviços que não existem.

 

3. Violação de privacidade

O conceito de metaverso proposto pela Meta conta com um conjunto de acessórios e hardware especializado para estabelecer uma conexão entre o usuário e o mundo virtual. Assim como os telefones celulares, esses novos dispositivos provavelmente conterão uma série de sensores capazes de coletar dados do usuário, abrindo espaço para que as redes sociais armazenem informações pessoais sobre os internautas.
Além de coletar informações, há preocupações de que terceiros possam vazar e interceptar esses dados. Outra questão que gerou discussão é até que ponto os usuários podem confiar na capacidade da Meta de coletar esses dados e usá-los com responsabilidade, dado o histórico de escândalos de privacidade da Meta.

 

(Bonus)Circulação de desinformação e teorias da conspiração

Questões que afetam as redes sociais tradicionais, como a disseminação de notícias falsas e a disseminação de teorias da conspiração, também podem surgir no metaverso. Já existem exemplos disso em plataformas de realidade virtual conectadas. Isso inclui fazer comentários racistas quando avatares representando minorias aparecem e usar personagens que se referem a Hitler ou membros da Ku Klux Klan no serviço de bate-papo VRChat.
Para especialistas, o Facebook e outras plataformas semelhantes não podem rastrear esse comportamento. Sem a devida regulamentação, as experiências no mundo virtual – um ambiente muito mais complexo do que as redes sociais atuais – podem levar à disseminação de discursos de ódio e notícias falsas a níveis ainda mais preocupantes.

 

 

fonte : techtudo.com.br